Poema da santanense Maria do Socorro Ricardo
ANDO ME LEMBRANDO DE SANTANA DO IPANEMA
Bênção Senhora Sant’Anna.
Hoje volto a Santana do Ipanema
onde os meus pensamentos septagenários
pedalam as suas ruas de concreto.
Rasga-se o céu amarelo queimado
feito as tardes na calçada de D. Lu;
longe ardem canaviais
atingindo o silêncio das noites em Maceió.
Hoje volto a Santana do Ipanema,
onde percorro as suas ruas
riscadas de histórias e memórias
e me surpreendo com esse carinho do povo
preso ao Sertão como uma vegetação loquaz;
e as horas que percorrem as casas e os casarios;
estão parados em praças os carros e o silêncio.
Hoje volto a Santana do Ipanema,
conto-lhe as feiras e as famílias,
o sino da matriz e a festa de julho,
os filhos de Santana no carrossel em pleno largo,
as noites de luzes e fogos depois da novena,
o cheiro doce a percorrer os carrinhos de pipoca.
Hoje volto a Santana do Ipanema
de volta ao meu endereço na Av.: NS de Fátima;
na mesa da sala os livros deixados por Zezito:
“As Imaginações”, “Ode e Elegia”; de Cruz e Sousa: “Missal”;
na leitura da poesia de meu amigo Lêdo Ivo,
falando de uma Maceió do tempo de vovô Misael,
onde “a água é uma dádiva da floresta. Silenciosa e pura”.
Hoje volto a Santana do Ipanema:
as serras que cercam Santana
como muralhas em livros antigos,
uma pintura de pintor contraditório;
cada acidente geográfico santanense
representa a escultura de um Fídias,
as pinceladas apressadas de um Cézanne,
as notas musicais de seus compositores
qual um sorriso preso à fotografia;
retomo assuntos que ontem foram interrompidos
e as minhas amizades se completam na poesia.
Bênção Senhora Sant’Anna.
Hoje volto a Santana do Ipanema
onde os meus pensamentos septagenários
pedalam as suas ruas de concreto.
Rasga-se o céu amarelo queimado
feito as tardes na calçada de D. Lu;
longe ardem canaviais
atingindo o silêncio das noites em Maceió.
Hoje volto a Santana do Ipanema,
onde percorro as suas ruas
riscadas de histórias e memórias
e me surpreendo com esse carinho do povo
preso ao Sertão como uma vegetação loquaz;
e as horas que percorrem as casas e os casarios;
estão parados em praças os carros e o silêncio.
Hoje volto a Santana do Ipanema,
conto-lhe as feiras e as famílias,
o sino da matriz e a festa de julho,
os filhos de Santana no carrossel em pleno largo,
as noites de luzes e fogos depois da novena,
o cheiro doce a percorrer os carrinhos de pipoca.
Hoje volto a Santana do Ipanema
de volta ao meu endereço na Av.: NS de Fátima;
na mesa da sala os livros deixados por Zezito:
“As Imaginações”, “Ode e Elegia”; de Cruz e Sousa: “Missal”;
na leitura da poesia de meu amigo Lêdo Ivo,
falando de uma Maceió do tempo de vovô Misael,
onde “a água é uma dádiva da floresta. Silenciosa e pura”.
Hoje volto a Santana do Ipanema:
as serras que cercam Santana
como muralhas em livros antigos,
uma pintura de pintor contraditório;
cada acidente geográfico santanense
representa a escultura de um Fídias,
as pinceladas apressadas de um Cézanne,
as notas musicais de seus compositores
qual um sorriso preso à fotografia;
retomo assuntos que ontem foram interrompidos
e as minhas amizades se completam na poesia.